sábado, 3 de maio de 2008

fruta que vem de Marte


Pobre fruta injustiçada.... Às vezes tenho a impressão que a difícil arte de viver em sociedade exige uma grande penitência: tudo que é gostoso faz mal. Isso atinge os mais deliciosos doces, os mais fofinhos pães, as mais suculentas carnes e até as mais gostosas frutas. Gente, é impressionante que nem as frutas escapam da ditadura da saúde. Dizem as péssimas línguas que delícias como a carambola, o abacate e a banana, por exemplo, podem fazer mal ao nosso frágil organismo. Dizem alguns jornalistas terríveis:



- o abacate tem muita gordura, ou seja, engorda

- a banana idem...


Daqui a pouco até água mineral vai fazer mal à saúde... Mas enfim, estou fazendo toda essa enrolação simplesmente porque quero falar bem bem bem do abacate - o marciano dos alimentos. No Brasil, as poucas pessoas que costumam comer frutas diariamente gostam de misturar ao abacate maduro açúcar, leite e/ou leite condensado. Eu, particularmente, adoro fazer batida de abacate com leite gelado (desnatado) e umas gotinhas de adoçante... Fica cremoso e no pon-to. Melhor do que muita sobremesa industrializada.


Mas até ontem, eu não sabia direito como escolher abacates. Um funcinário muito simpático do Hortifruti de Icaraí finalmente me ensinou. Ele me deu um papelzinho muito didático. Resolvi, então, tornar pública a informação:


COMPRAR: os mais pesados e firmes. Alguns têm manchas de cor marrom-claro na casca, mas esse é apenas um defeito superficial e não afeta a qualidade da fruta. Para verificar se estão no ponto, faça uma ligeira pressão com os dedos: os de casca fina cedem logo, os de casca mais grossa oferecem mais resistência. Os abacates duros ou bem firmes não estão no ponto para consumo imediato, devendo ser amadurecidos.


ARMAZENAR: o abacate deve ser guardado em local fresco e arejado, não podendo ser colocado na geladeira, pois o frio impede o amadurecimento. Depois de descascado, precisa ser imediatamente consumido, pois em contato com o ar a polpa escurece.


Hum... outro dia quem sabe eu falo das propriedades afrodisíacas dessa fruta cremosa... hohoho!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

comidinha da mamãe


Contra a minha vontade, passei esse tempo todo sem escrever uma palavrinha gastronômica... Ok, eu confesso: não foi exatamente contra a minha vontade: é que passei os últimos 10 dias comendo comidinha da mamãe!!!!!! Moro longe dos meus pais há quase três anos, o que me faz ficar muito longe da comidinha caseira...


Nesses dias em que minhã mãe fez almoço (também teve um churrasco feito pelo meu pai, mas isso eu vou falar em outro post) eu me dei conta de quantos filhos e filhas existem no mundo que não valorizam a comida da mamãe. Digo isso com conhecimento de causa: eu mesma era assim. Adorava almoçar fora, comer pizza, o Cheddar do McDonnalds, o cachorro-quente em frente à escola. Mas os nutrientes, digo, os tempos foram passando e hoje eu não troco o rizoto de carne moída da minha mãe por nenhum rizoto de camarão com queijo brie....


Ah... já estou com saudades... Esses dias eu comi bife acebolado com arroz integral e salada, pirê de batata com sobrecoxa de frango ao forno, pimentão recheado com arroz... Pra mostrar que eu sou uma filha prendada, no domingo eu fiz pra nós o meu já famoso frango xadrez. Ele ficou lindo e gostoso, mas não ganha do bife acebolado da mamma. Não mesmo!

terça-feira, 8 de abril de 2008

bebida bronzeada


Sim, sim, eu sei que minha vida continua em torno do colesterol... Na verdade, cheguei a pensar em fazer um post exclusivo falando das minhas novas manias gastronômicas relacionadas à boa gordura. Por exemplo: há algumas semanas, comecei a incluir no meu café da manhã aveia em flocos e semente triturada de linhaça. Dizem os livros de saúde e os programas de televisão que são excelentes para combater a tristeza chamada colesterol.


Mas, enfim, decidi falar hoje sobre uma bebida gostosa, leve, cheirosa, bronzeada... Isso mesmo, vou falar do capuccino! Euzinha inventei um capuccino light, super leve mas doce no ponto e - garanto - delicioso. Primeiro coloque em uma xícara grande oito gotas de adoçante e uma colher de chá cheia de achocolatado em pó - Nescau - light. Esquente meia xícara de leite desnatado até começar a ferver. Enquanto isso, faça um pouco de café de cafeteira mesmo. Quando as duas bebidas estiverem prontas, misture um pouco do leite com o café e derrame tudo na xícara. Pegue o leite que estive sobrando, sacuda um pouco como se fosse um coquetel até formar uma espuma e derrame em cima da bebida. Eu uso um aparelho culinário especial pra fazer espuma de leite. Gastei apenas R$ 12,00 mais as pilhas e até hoje ele faz o maior sucesso! Mas enfim, se você não tiver o aparelho culinário, faça um pouco de espuma manual mesmo. No fim, salpique um pouco de canela em pó e... Voilà!!!!


Afe, afe... estou tão viciada nessa bebida que faço espuma de leite de olhos fechados, de ponta-cabeça e com o poder da mente, hoho....

domingo, 30 de março de 2008

sem título. eu disse sem título

Meu domingo teve simplicidade como palavra de ordem. Depois de ler uma coleção de livros de culinária, acabei optando pelo almoço mais simples: filé mignon no forno com macarrão (aquele parafuso) ao sugo. O tempero do filé foi coisa normalzinha: sal, alho, manjericão, cominho e orégano embebidos em vinagre de vinho tinto. Depois de tomar café, fiz uns furos no filé e deixei a carne mergulhada nessa mistura até a hora do almoço, umas quatro horas depois. Gente, que delícia... Ok, tenho que admitir que estava com muita preguiça de pensar em algo melhor, mas quem disse que o ócio é sempre inimigo??

quarta-feira, 19 de março de 2008

vou tentar não comentar isso


Er... Hum... Ho... Ah... Se... Acho que não sei exatamente o que dizer sobre a seguinte notícia:
"Resort do Sri Lanka cria doce que custa quase R$ 29 mil. A sobremesa acompanha ainda uma pedra preciosa.
Segundo o site 'Forbes Traveler', esta é realmente a sobremesa mais cara do mundo. Em segundo lugar, empatados, estão um brownie de um resort de Atlantic City, e um Sundae, em Nova York, por US$ 1.000 (cerca de R$ 2 mil) cada, ainda conforme o site. "A Indulgência Elevada do Pescador", nome do doce, foi criada para dar aos visitantes do resort The Fortress (“A Fortaleza”, em inglês), na cidade costeira de Galle, uma experiência única, segundo o gerente de relações-públicas do hotel, Shalini Perera. A sobremesa é uma cassata italiana de folha dourada com Irish cream, servida com compota de manga e romã e com calda de Sabayon de Champagne (sobremesa francesa feita de gema de ovo batida). A sobremesa é decorada com uma escultura de chocolate representando um pescador se agarrando numa palafita, que é uma antiga forma de pesca local, além de uma água marinha de 80 quilates. A sobremesa, porém, tem que ser encomendada previamente, disse Perera. Apesar do hotel ter recebido ligações até do Japão perguntando sobre a delícia, ninguém ainda desembolsou a soma necessária para saborear o refinado prato. E você, quanto pagaria por uma sobremesa?" (fonte: Globo.com)
Como diria o Te Dou Um Dado?, não sei por onde começar... Onde peste está o pescador no prato, alguém consegue vê-lo? O que faz uma pessoa usar tanto dinheiro pra bolar essa engenhoca gastronômica em um país que sofre com a fome?
Aff... Eu sou a maior defensora da boa mesa... Entendo que, por vezes, experimentar algo criativo e exótico requer mesmo um bom investimento financeiro. Mas olhando para essa candidata a obra de arte, não vejo motivos para gastar o equivalente a uma boa ambulância... Ou a bilhares de sementes de feijão, ou a uma bela viagem à Europa....

terça-feira, 11 de março de 2008

drinks aumentam o colesterol??

Ok, ok... Pode parecer que agora minha vida se resume a pensar no que pode ou não pode aumentar o colesterol... Devo sofrer de alguma síndrome compulsiva ainda desconhecida, pois ODEIO ter pendências na vida, e uma taxa corporal mal resolvida, ao meu ver, se encaixa direitinho no meu campo compulsivo de atuação...

Anyway, preciso contar a nova experiência etílica que tive no Icaro. Gente, estou sentindo o gostinho do picolé alcoolico até agora! Lá estava eu, satisfeitíssima com o risoto de salmão e ervilha que acabara de devorar, quando o garçom me fez a pergunta irrecusável: "deseja algum drinque, senhora?". Desprezei o "senhora" da frase e aceitei de bom grado a sugestão que ele fez.

Primeiro, o garçom cortou uns pedaços de lima da pérsia e socou tudo bem socadinho. Depois adicionou gelo, doses generosas de Absolut de Pêssego, uma pitada de Malibu (o segredinho) e umas gotas de adoçante. Depois de balançar tudo na coqueteleira e despejar o líquido no copo, o garçom teve o desplante de mergulhar ali um picolé de morango maravilhoso!!!

Ai foi aquele festa gustativa: eu revirava o picolé no líquido, experimentava a mistura, degustava o picolé e voltava a mergulhá-lo no drinque.

Oh céus, acho que vou atacar uma garrafa de H2O!, pois fica muito feio degustar um drinque sozinha às 10h da manhã...

segunda-feira, 3 de março de 2008

o drinque perfeito

gente, gente, gente, gente!!!!

Depois que o tal do colesterol resolveu atazanar minha vida, parece que minha inspiração em descobrir pratos/comidas/bebidas/afins exóticos foi digerido por gorduras trans. Mas eis que, no último sábado, uma iguaria de derreter as papilas gustativas me foi apresentada, e eu venci a depressão pós-colesterol!!!

Como acontece todo sábado há pelo menos três anos, após a minha aula de francês, meu amado e eu fomos almoçar em algum cantinho de Icaraí. O restaurante Ícaro, que abriu há pouco mas vive lotado, é um de nossos preferidos. Qualquer dia faço um post só sobre ele. Afinal, o que me interessa no momento é descrever a iguaria que um dos garçons, o Paulinho, inventou. Eu fiquei com água na boca só de assistir à preparação.

Primeiro, ele colocou na coqueteleira três ou quatro morangos e misturou com um maracujá (com sementre e tudo). Socou tudo bem socadinho e adicionou muito gelo, licor de chocolate (!!!), Absolut Vanilla e, no meu caso, várias gotas de adoçante. Depois da movimentada básica da coqueteleira, estava na minha frente a bebida. Para dar um quê modernoso, o garçom colocou um canudo preto em meio ao líquido rosado. Quase passei mal...

A tal bebida ainda não tem nome. Eu sugeri Ariane's Drink...rs!, mas acho que vão fazer uma homenagem ao Paulinho mesmo, o grande inventor.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Não vale 10%

Hoje tive uma notícia que vai tolher - espero que temporariamente - minha vontade de experimentar pratos diferentes, afrodisíacos (não!!!), exóticos... Descobri que jornalismo aumenta o colesterol. É sério!!! Desde que me formei na arte de julgar os outros, meu colesterol faz a festa no meu organismo. Ano passado ele tinha crescido, mas ainda estava no nível que os médicos chamam de limítrofe, ou seja, aceitável. Mas hoje de manhã peguei o resultado de meu último exame e lá constatei: o demônio do colesterol já atingiu a maioridade... E continua crescendo!

Digo que a causa só pode ser o jornalismo simplesmente porque minha dieta cotidiana não contém nem uma linha de colesterol. Frutas, verduras, grelhados e pratros coloridos (!) fazem parte do meu viver há anos. Ah, junto com as atividades físicas.

Serei eu um novo ser a vagar pela Terra?

Bem, como gastronomia pode trazer- deve trazer - felicidade mesmo sem gorduras trans, manteiga de garrafa e bolos artificiais, vou tentar me jogar apenas nas boas refeições. E que a força esteja comigo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

carnaval e comida... ou vice-versa

Não, você não está no blog errado. é que hoje acordei decidida a encontrar uma pincelada gastronômica até mesmo no maior espetáculo da Terra. E sem falar em dietas para manter a forma em tempos de folia e trivialidades do tipo...rs!

Como você deve ter notado, a foto que acompanha este post tem, acima de qualquer outra característica, a profusão de cores. Na verdade, Carnaval é quase sinônimo de cor. Quando comecei a pensar na festa do Momo (que está emagrecendo, tadinho!) sob este ponto de vista... Bingo! Meus problemas acabaram! Isso porque gastronomia também vive em busca das cores perfeitas, das combinações ideais.

Aliás, refeição que se preze tem um mínimo de preocupação com a variedade de cores. Um prato saudável, dizem os nutricionistas, é um prato colorido. As cores fazem bem para a alma, para o humor e, consequentemente para a vida, ora! Dia desses estava almoçando sozinha e, como vocês sabem, meu hobby favorito é observar comportamentos alheios. Ao meu lado, sentou-se um prato monocromático... Terrivelmente amarelo! Era uma combinação de lasanha, bolinho de queijo, fetuccine, empada e batata que me deu vontade de tascar umas pinceladas de vermelho, verde, marrom e afins...

Refeições monocromáticas são enjoativas... Igualzinho ao Carnaval. Há algo melhor do que uma vida colorida???

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Mentiras culinárias - parte III


Esta é a legítima torta de maçã com sorvete de creme. Trata-se de uma sobremesa leve e adocicada no ponto - eu particularmente não sou muito fã daqueles doces enormes, cheios de chantily e calda de chocolate que costumam servir em diversos restaurantes brasileiros. Eles geralmente têm um gosto homogêneo e enjoativo - além de serem calorias solidificadas e nada mais...
Enfim, esta foto eu tirei em um bistrô fofo em Paris, no famoso bairro Quartier Latin. Diferentemente da nouvelle cousin como um todo, a iguaria não é tão pequena - diria que é do tamanho certo. E a textura, ai ai... Macia e quentinha de dar água na boca. Reparem que eles não exageram na calda - pois ela é feita apenas para dar um gostinho, não para tomar conta do sabor.
Ai que delícia... Qualquer dia tento fazer em casa. E, claro, depois narro a experiência!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Mentiras culinárias - parte dois


Numa das minhas pátrias - o Nordeste - quando uma pessoa é cheia de frescura, dizemos que ela é "queijuda". Pornograficamente, uma pessoa precisa "tirar o queijo", ou seja, receber as bênçãos sexuais (!!!) para deixar de ser fresca, e por aí vai. Provavelmente na França, ser queijudo seria elogio, pois as versões que existem relacionadas à iguaria são de matar de susto qualquer alergia a lácteos...

O queijo desta foto (se é que podemos chamar assim) foi encontrado deitado singelamente em um refrigerador de um mercado público, em Versailles. Quando eu estava me aprontando para tirar a foto, o vendedor ficou me olhando de forma tão esquisita que tive que explicar. Desenferrujando meu parco francês, susurrei: "Pardon monsieur, mais je voudrais faire des photos. C'est possible?". Como sei que os franceses AMAM quando tentamos falar francês - mesmo mal e porcamente - o vendedor escancarou um sorriso e me deixou em paz. Não imagino o que ele deve ter pensado...
Morri de vontade de provar tamanho exotismo, mas estava sem dinheiro no dia. Até porque, se você reparar bem, vai ver que o quilo custa cerca de 25 euros, o que dá, em média R$ 80,00!!!!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Mentiras culinárias - parte um


Esse título não tem exatamente uma relação direta com a série que resolvi começar. A idéia é trazer algumas informações sobre a mais famosa das culinárias - a francesa - tudo regado a fotos coloridas.

Não sou uma especialista em culinária européia, sou mais uma curiosa. Mas a francesa sempre me fascinou... Trata-se de um povo que se preocupa com detalhes - ok, não tanto quanto os orientais - e com a beleza dos pratos. Desde o surgimento da nouvelle cousin - a corrente culinária contemporânea francesa - o olhar parece se sobrepor ao apetite, pois os pratos em geral são (muito!) pequenos mas parecem esculturas. Os cozinheiros, por sinal, mudaram de status - agora são chefs - e recebem tratamento de artista.

Para começar, aqui está uma típica estante de feira na França, em Versailles (muito chique...rs!). Ao contrário do que os brasileiros pensam, mercados europeus também têm frutas e verduras variadas... E muitas vezes são mais saborosas que as dos nossos mercados. Os preços são mais salgados que aqui - como tudo o mais, ora! - mas a variedade muitas vezes compensa o preço. Percebam como as cores são belas.... Como as estantes são limpas e organizadas.

Ouvi uma vez que as feiras e mercados públicos são os melhores lugares para conhecer a cultura de um país. Vamos ver o que esta séria nos diz, hehe.

Em tempo: o título desse texto é apenas uma estratégia de marketing para chamar a atenção para a leitura. Será que deu certo???

domingo, 13 de janeiro de 2008

Dez por cento por ele mesmo...

Pesquisando numa dessas noites abafadas do Rio, encontrei uma matéria falando de algo que dá sentido a este blog: os 10% pagos aos garçons nos restaurantes/botecos/bares/cafés/bistrôs/congêneres ... Trata-se, vocês já devem saber, de uma característica genuinamente tupiniquim, pois em alguns lugares dar gorjeta é, no lugar de uma gentileza, um verdadeiro insulto (Japão, por exemplo).

Pois bem... Como relata o grande Delfin no site Overmundo, no Brasil os 10% são uma obrigação que a gente precisa pagar mesmo que o atendimento seja realmente péssimo. Alguém ai já deixou de pagar os "opcionais" 10% por causa de um mau atendimento???

A taxa faz, realmente, muita diferença. Quando a conta é pequena, muitas vezes nem damos importância aos R$ 2,00 ou R$ 3,00 que aparecem a mais. Mas imagine, por exemplo, uma conta de R$ 300,00, muito comum tanto em restaurantes mais requintados quanto em momentos em que estamos em grupos.

É por isso que faço aqui uma promessa: quando abrir meu restaurante de aposentadoria, os cardápios vão conter os preços normais e, entre parênteses, o valor acrescido dos 10%... Quem sabe essa moda transparente não acabe pegando?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Adoro (bons) garçons!!!


Talvez ainda não tenha contado o meu grande sonho de aposentadoria: abrir um restaurante brasileiro com toques franceses e contemporâneos. "Mas por que só na aposentadoria?" Ah, porque eu quero encarar essa minha paixão como um hobby, não como um trabalho competitivo onde a perfeição é uma obrigação! Por causa disso, sempre que vou a um restaurante/bar/bistrô/boteco/lanchonete/café presto muita atenção nos detalhes para, no futuro, copiar o que cada um tem de melhor.

Quando eu digo tudo, é tudo mesmo!!! Desde o azulejo dos banheiros, passando pelo conforto das cadeiras e indo parar na eficiência dos garçons. Sim, porque desde há muito eu sei que o atendimento é, realmente, o elemento mais importante de um restaurante. Se o garçom é bom, a gente suporta com bom humor alguns defeitos, como a demora de um prato ou o erro na hora de calcular a conta. Quantas vezes deixei uma gorjetinha básica para o garçom (afinal, ainda não posso dar nada além do básico...rs!) mesmo tendo esperado uma eternidade por um simples cafezinho...

A alguns garçons, já cheguei a dizer que vou roubá-los quando abrir meu próprio estabelecimento, hehe. Um dos restaurantes que gosto muito especialmente devido ao atendimento é o Emporium Pax do Plaza Shopping, em Niterói. Adoro o local por vários motivos: ele fica em um lugar mais bonito, calmo e limpo do que a terrível praça de alimentação de lá, as saladas fartas que podemos montar são simplesmente divinas, o capuccinho é super bem preparado, os sucos são feitos com frutas bem maduras, que dispensam açúcar, a variedade do cardápio agrada a muitos gostos, algumas sobremesas são até baratas (as tortas deliciosas feitas por eles mesmos custam R$ 5,00 a fatia) e os preços não são abusivos. Mas o grande diferencial é a simpatia, paciência e eficiência dos garçons. Não só comigo, que sou cliente fiel há três anos, mas com todo mundo - acreditem, pois sou extremamente observadora.

Quase todos são simpáticos na medida certa (garçom intrusivo é um saco!!!) e muito educados. Dois ou três se destacam principalmente porque sabem se portar em momentos estressantes... Perto do Natal passado, fui ao shopping comprar minha langerie de ano novo (!!!) e almocei lá. A área externa do restaurante, que parece um café, estava lotada e apenas dois garçons atendiam a todos os pedidos. Como há muitos pratos rápidos, a rotatividade de clientes era impressionante, e todos, obviamente, estavam cansados e famintos. Apesar de minha salada maravilhosa ter demorado um pouco, o que é compreensível em se tratando de final de ano, achei ótimo para observar os comportamentos humanos ao meu redor.

Mas minha atenção foi toda para a atuação dos dois garçons. Eles pareciam em transe e conectados pelo inconsciente: não se atrapalhavam e agiam com muita rapidez: assim que uma mesa estava livre, um deles aparecia para limpá-la enquanto o outro ia ver um pedido que estava demorando. Ouviram várias reclamações por causa da demora e, na mesma hora, davam uma explicação e iam verificar o pedido. Retornavam com a bandeja cheia de bebidas e pratos e distribuiam tudo corretamente.

Eu fiquei tão encantada que no final, mesmo tendo esperado 15 minutos pelo capuccino (que, aliás, vem acompanhado com uns incríveis merengues de amêndoa que só vi por lá), percebi que um casal de velhinhos esperava há muito pelos pratos e resolvi dar uma ajuda, avisando um dos garçons.

Não tenham dúvida que o Emporium vai perder alguns garçons quando meu restaurante vier à tona, hehe.

domingo, 6 de janeiro de 2008

TPM com vinho...

Eu poderia abrir o segundo post do ano falando de um livro de culinária que acabei de comprar, sobre uma massa que fiz neste dia de domingo, sobre os queijos que provei na padaria do lado... Mas vou ter que falar de vinhos mesmo... Como vai ficar claro nas linhas abaixo, foi o destino quem quis assim...

Estava eu voltando para casa, depois de vários minutos escolhendo frutas e verduras no Hortifruti de Icaraí, quando meu amado lembrou que uma filial da Expand acabou de abrir naquele bairro, na Miguel de Frias. Como vocês já sabem, eu adooro vinhos!!! E a Expand é uma importante importadora, que fornece vinhos para muitos restaurantes do Sudeste. Resolvemos dar uma passada por lá, só por curiosidade.

Logo de cara, levei um susto: ao contrário do que se esperaria, o ambiente é minúsculo!!!! Tudo bem, isso não desmerece lugar algum. Mas os vinhos de apresentação da casa, que não ficam nas adegas carísssimas, se resumem a umas poucas garrafas de países representativos (Chile, Argentina, Austrália, Portugal, África do Sul...). Os preços são legais, mas os vinhos ficam todos meio perdidos... Não há legenda nas estantes, o que prejudica os "não-iniciados" como eu... Sem falar no excesso populacional: em pleno sábado à tarde, quatro funcionários dividiam as tarefas... E eu era a única cliente!!! Depois de uma rápida olhada, acabamos levando dois vinhos para provar. Quando fechamos a conta, para finalizar, eu tive que pedir nota fiscal... O mínimo que se espera de uma importadora respeitável é a preocupação em mostrar que é honesta, não?

Bem... prometo que o próximo post será mais simpático...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

doce, doce, doce, a vida é um doce, vida é mel...


Ok, sabemos que nem sempre a "vida é mel"... Mas vou começar 2008 com uma delícia de adoçar até o mais amargo dos gostos...
Esta obra de arte aí do lado foi planejada por um dos chefs mais talentosos de Pernambuco: Leandro Ricardo. Ele já teve restaurante, já badalou em coluna social... Mas seu maior talento é a criação e montagem de cardápios. Ele é autor do menu do Café Portenho, um espaço que mistura culinária brasileira com argentina na maior tranquilidade. Chef Leandro já me disse, em entrevista, que se esmera na visual dos pratos que inventa. Não sei se isso é bom: seus doces costumam ter uma apresentação tão especial que sinto pena de estragar o cenário com uma colher. Uma vez pedi um simples creme de papaya... Mas o garçom me serviu o doce em uma bandeja branca de porcelana com três divisórias, para que eu degustasse tudo aos pouquinhos. O cassis veio separado em um pequeno bule.
Em tempo: o capuccino que acompanha o doce vem misturado com sorvete e chantilly. A iguaria que está em primeiro plano é um petit gateaux de doce de leite com calda zerada de chocolate; tudo acompanhado com sorvete de creme (sempre ele!) deitado em uma fina camada de uma massa parecida com pão de ló. É para comer rezando e esquecer a silhueta...